segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Macri é eleito presidente da Argentina e põe fim a 12 anos de kirchnerismo

O empresário Mauricio Macri, 56 anos, é o novo presidente da Argentina. Atual prefeito de Buenos Aires, ele é ex-presidente do clube Boca Juniors e líder de uma frente de centro-direita. Macri foi eleito no domingo (22), na primeira vez na história do país em que uma eleição presidencial foi decidida no segundo turno.
Mauricio Macri acena para os integrantes da coalizão Cambiemos na sede de sua campanha, em Buenos Aires, após ser eleito presidente da Argentina no domingo (22) (Foto: Reuters/Enrique Marcarian)À 0h58 (horário de Brasília), com 98,66% dos votos apurados, Macri tinha 51,44%(12.849.413 votos), e Scioli, 48,56% (12.131.208 votos), segundo a comissão eleitoral.
Às 21h43 (horário de Brasília), com 63,26% dos votos apurados, Macri tinha 53,50% (8.524.551 votos), e Scioli, 46,50% (7.410.389 votos) e o chefe do órgão eleitoral argentino afirmou que a tendência a favor de Macri era irreversível. Por volta das 22h20, Daniel Scioli, telefonou para o adversário e admitiu a derrota, de acordo com o jornal "Clarin". Os dois são amigos de longa data e Scioli afirmou que Macri era um "justo ganhador".
Macri é engenheiro e se apresentou durante a campanha como a "verdadeira mudança". Líder da coalizão "Cambiemos", o novo presidente irá romper um ciclo de 12 anos de presidentes de centro-esquerda, que começou com Néstor Kirchner em 2003 e continuou com sua mulher, Cristina Kirchner, em 2007.
Ele irá assumir a presidência no dia 10 de dezembro deste ano.
Apoiadores da coalizão Cambiemos comemoram a vitória de Mauricio Macri no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina, em Buenos Aires, no domingo (22) (Foto: AFP Photo/Cambiemos - Tony Valdez)Apoiadores da coalizão Cambiemos comemoram a vitória de Mauricio Macri no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina, em Buenos Aires, no domingo (22) (Foto: AFP Photo/Cambiemos - Tony Valdez)
Esta é a primeira vitória, desde que se instituiu o voto, em 1916, de um candidato civil que não pertence nem ao partido peronista nem ao radical social-democrata, as duas grandes forças populares, em 100 anos de vida política na Argentina.
Conservador, Macri defende a abertura de investimentos estrangeiros, a diminuição da inflação para um dígito em dois anos e o levantamento dos limites das exportações do setor agropecuário. Também diz que vai criar uma agência nacional contra o crime organizado e desenvolver um sistema de estatísticas criminais.
Daniel Scioli é abraçado por sua mulher, Karina Rabolini, após discursar reconhecendo sua derrota no segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, em Buenos Aires, no domingo (22) (Foto: AP Photo/Ivan Fernandez)Daniel Scioli é abraçado por sua mulher, Karina Rabolini, após discursar reconhecendo sua derrota no segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, em Buenos Aires, no domingo (22) (Foto: AP Photo/Ivan Fernandez)
Acusado de formação de quadrilha em um caso de espionagem ilegal, Macri tentou fazer com que a justiça argentina suspendesse o processo durante a campanha, mas não conseguiu. Filho de um conhecido empresário, sua passagem à política aconteceu também após se tornar uma figura conhecida no âmbito esportivo: foi presidente do Boca Juniors. Durante a campanha, tentou se desprender da imagem de empresário milionário e capitalista.


Veja o que o novo presidente argentino eleito defende em relação a temas-chave:
Selo eleições Argentina (Foto: G1)
Eliminará a banda cambial assim que assumir. Propõe abrir a economia. Nega uma 'mega-desvalorização' e diz que o atual governo "já desvalorizou de 3 para 15 pesos", atual preço do dólar no mercado paralelo. Considera que o preço do dólar deve ser fixado "pelo mercado". Afirma que vai liberar as importações e eliminar as retenções sobre as exportações agrícolas, exceto a soja. Promete chegar à "pobreza zero" com crescimento e obras de infraestrutura. Pagará os fundos especulativos para voltar aos mercados financeiros.

Selo eleições Argentina (Foto: g1)
Durante a campanha prometeu ampliar os auxílios às famílias e manter os programas sociais. Defende as empresas estatizadas (YPF e Aerolíneas Argentinas) mas votou contra a estatização. Reduzirá o gasto público e eliminará subsídios aos serviços de luz, água e gás.

Selo eleições Argentina (Foto: G1)
Promete uma virada na política externa. Buscará retomar as relações com os Estados Unidos e a Europa como prioritárias. Revisará a aproximação com China e Rússia, países que Kirchner converteu em sócios estratégicos. Quer "descongelar" as relações com Grã-Bretanha, abaladas pelo conflito envolvendo as Ilhas Malvinas. Defende o "abandono do eixo bolivariano" e o pedido para que o Mercosul execute a "cláusula democrática" para suspender a Venezuela.

Selo eleições Argentina (Foto: G1)
Defende a eliminação dos acordos paritários e a remuneração da produtividade com base nos empregadores. Promete devolver o imposto de renda pago pelos trabalhadores.

Selo eleições Argentina (Foto: G1)
Uma vez defendeu "deixar de olhar para trás e acabar com a questão dos direitos humanos", mas na campanha negou terminar com os julgamentos.

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